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Friday, October 29, 2010

Indonésia


Localização  República da Indonésia

A Indonésia tem estado no noticiário nos últimos dias depois de ter sido atingida por um violento terremoto, seguido de uma tsunami de mais de 4 metros nas remotas ilhas de Mentawai e de em menos de 24 horas o vulcão Merapi, na Ilha de Java entrar em erupção colocando o arquipélago em tremendo alvoroço.

Para nós Brasileiros, isto parece o fim do mundo, mas aqui na Ásia acontecimentos desta natureza por mais traumáticos e danosos que sejam fazem parte do dia-a-dia de milhões de pessoas. Para entender um pouco melhor o que se passa temos que voltar às aulas de Geografia.

O arquipélago é um país situado entre o Sudeste Asiático e a Austrália (mapa acima), composto por mais de 17.000 ilhas vulcânicas. Entre as mais importantes destacam-se: Borneo, Sumatra (epicentro do terrível terremoto/tsunami de 2004 com 350.000 mortos na região), Célebes e Java (onde se encontra a capital Jakarta e a maior concentração da população).


Placas Tectônicas















São as zonas de fronteiras entre as placas terrestres onde se registram a grande maioria dos terremotos e erupções vulcânicas.

Anel de Fogo do Pacífico
















O círculo de fogo é uma área em forma de ferradura com mais de 40.000 km de extensão, tem mais de 452 vulcões e é o lar de mais de 75% de vulcões ativos do mundo.

A Indonésia juntamente com China, Japão, Taiwan, Filipinas, Nova Zelândia e demais países simplesmente estão localizados dentro desta vasta área.

Minha mãe sempre me pergunta: "Menino, o que você está fazendo aí? Com tanto lugar no mundo por que estas pessoas vivem nesta área?"

Na verdade, nós Brasileiros somos de certa forma abençoados pois estamos localizados no meio da Placa Sul Americana e longe das bordas, ou seja, das áreas críticas, mas recentemente tremores no Chile tem sido sentidos até em Brasília...

Mas voltando à pergunta de minha mãe a resposta é simples: "Esses povos tem ocupado estas áreas por gerações e gerações. Se tornou parte da vida diária pensar em preparativos e rotas de fuga em caso de desastres. Ninguém aqui olha para as ondas do mar da mesma maneira que olhamos".

Instintivamente, seguidos os primeiros tremores de um terremoto todos correm para as áreas altas e esperam para ver o que acontece. Logicamente, dependendo da hora, local e intensidade simplesmente não há tempo para nada e essa é hoje em dia a luta da Ciência: monitorar os abalos sísmicos, tentar prever catástrofes e poder desta maneira avisar as populações a tempo de salvar vidas.

Invariavelmente o avanço da Ciência também esbarra em dogmas religiosos onde ainda por vezes populações inteiras não se "mexem" até que seja tarde demais. No caso da erupção do vulcão Merapi nesta semana, houve alguns "villagers" que quando perceberam o vulcão simplesmente não procuraram refúgio porque o "Gurú" ou "feiticeiro" da vila simplesmente disse que os espíritos estavam raivosos, mas não iriam lhes fazer mal... moral da história: todos morreram!

Depois de cada catástrofe muitas vezes é um esforço tremendo para as equipes de resgate e de apoio chegar às áreas atingidas devido à sua remota localização e difícil acesso. Planos de evacuação são postos em prática, mas novamente encontra resistência por parte de uma população que simplesmente não tem para onde ir ou ainda acredita que Deus ou Allah virá em seu auxílio... e assim a vida vai, tragédia após tragédia.

Tenho amigos na Indonésia que no geral têm uma visão fatalista do assunto: "Não há o que se fazer além de correr e tentar ajudar aqueles que sobreviveram!".
Um deles, Sam, que mora na área do vulcão Merapi está desaparecido...



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