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Thursday, May 18, 2017

Brasil: depuração ou derretimento?


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Sou coxinha. Pronto, falei.

O fato é que nunca me dei bem com mortadela, ainda mais se está associada a pelegos, pau mandados, interesses obscuros, sindicalismo e afins. Travo uma luta histórica contra o PT, por tudo o que representa, mas tenho percebido ultimamente que minha luta, revolta e frustações vão mais além... contra a classe política e corrupta desse país.

É absurdo, pelo menos para quem tem minimamente dois neurônios e não tem bandidos de estimação negar o que tem acontecido a este nosso sofrido país.

Para resumir a história, são quinhentos anos de um mesmo "modus-operandi: corrupção". É intrínseco à nossa cultura e causou muito sofrimento, injustiças e retrocessos na vida dos brasileiros. Embora endêmica, sempre foi moderada ou no mínimo muito longe das dimensões que tomou na última década.

A corrupção sempre existiu por aqui, sim é verdade, mas o que se viu sob o desgoverno PT foi a deturpação, o derretimento da Democracia, como conceito de "poder pelo povo e para o povo", criado no século V a.C. na Grécia antiga.

O que se viu nesse país no episódio do mensalão joga por terra dois mil anos de história e debates filosóficos: o PT, através de seu bandido mór, instalou um sistema em que mensalmente parlamentares, sem escrúpulos (pleonasmo, eu sei) recebiam uma mesada para votar tudo o que o líder dos mortadelas queria. Isso a meu ver tem um efeito mais devastador para o país do que a queima de livros perpetrada pelos nazistas na 2a guerra mundial. Vergonhoso e inaceitável do ponto de vista histórico.
Pior, é inconcebível que o mentor dessa tragédia tenha escapado ileso.

Mas sigamos nossa rica e podre história: petrolão. Foi criado dentro da maior empresa estatal do país, a Petrobrás, o maior esquema de corrupção da história. Foi um esquema usado para desvio de dinheiro, através de contratos superfaturados e dinheiro sujo para benefício de políticos. Dinheiro também usado para barganhas políticas e compra de votos para financiar campanhas políticas. Irrigou praticamento todos os partidos políticos, 

Em termos de volume de dinheiro desviado, fala-se em algo em torno de 40 vezes maior que o mensalão. 

Aquele jargão do "... nunca antes na história desse país" tornou-se, de facto, o "...nunca antes na história da humanidade", com consequências nefastas para a Economia local e de muitos outros países. A Petrobrás chegou no limite, quase quebrou, levou o Brasil ao chão e vai ter que lidar com uma série de processos correndo em várias cortes do mundo graças a leis de autorregulação que são efetivas em países desenvolvidos. Muita água ainda vai rolar debaixo dessa ponte.

Fica claro até para o ceguinho da esquina que tratava-se de um esquema de perpetuação de poder pelo PT que girava em torno de uma simples idéia: desvio de bilhões, enriquecimento ilícito para os "cabeças", financiamento de campanhas, pagamento de parlamentares para aprovar tudo que se queria e, criação de programas sociais que representam uma fração do volume desviado mas que trariam o que se chama de "voto de cabresto" ou "curral eleitoral eterno". E ainda há pessoas que defendem um genuíno interesse pelos pobres.

Façam os cálculos: num país com cerca de 200 milhões de pessoas, sendo mais de 30% analfabetos, o que dá 60 milhões de pessoas. Quantos eleitores elegeram a Dilma? 
54,5 milhões. Contra fatos não há argumentos.


Impeachments

Há cerca de 1 ano o país estava na beira do precipício: juros e inflação galopantes, desemprego record, atividade industrial em baixa, perdas expressivas na bolsa, dólar nas alturas, PIB em retração contínua, índices de risco do Brasil nas alturas e o poste que se auto intitulava "presidenta", além de continuar na gastança desenfreada aumentando assustadoramente a dívida interna, falsificava a contabilidade oficial do país com as pedaladas fiscais e tentava obstruir a justiça através de todo e qualquer tipo de esquemas e intimidação sobre a operação Lava Jato.

Embora nunca tenha morrido de amores pelo PMDB, acredito que Michel Temer sempre foi farinha até mais podre do mesmo saco, não havia outra alternativa. O país iria quebrar se algo não fosse feito. 

Sempre deixei muito claro que entre as opções disponíveis a menos dolorida seria o impeachment. A vida me ensinou que, às vezes, precisamos escolher a opção menos dolorida, mesmo que não seja a ideal, mesmo que em detrimento de seus princípios éticos visando um bem maior. Foi assim que encarei esse governo: uma ponte para chegar até 2018 sem quebrar, mas em nenhum momento com a ilusão de que estávamos lidando com gente decente. 
Como que alguém pode se sentir confortável diante de José Sarney, Renan Calheiros, Jucá, Cunha, Lobão e muitos outros cânceres da política nacional?

Estávamos no fundo do poço, o impeachment do poste aconteceu e aos trancos e barrancos, mesmo que lentamente, a inflação começou a cair, com isso os juros puderam inverter sua tendência e baixar, dólar caiu, bolsa começou a trazer resultados positivos, risco país ladeira abaixo, o governo conseguiu passar no congresso o teto dos gastos públicos, a reforma trabalhista deslanchou, a da previdência ganhou fôlego, emprego começou a reaparecer... mas eis que vem o inexorável destino do brasileiro que não sabe votar...

A casa caiu para o governo Temer, que tinha a faca e o queijo na mão para fazer a travessia até 2018, mas que também tinha o rabo preso com tudo o que está aí. Minha vó era sábia ao dizer algo que minha mãe sempre repete: "... não faça coisa errada. Tudo o que se faz de errado nessa vida, cedo ou tarde volta para você..."

Vamos aguardar o que vem pela frente: renúncia, impeachment do nosferatu, pizza... alguma coisa vair acontecer, "... ou não...", como diria Caetano. 

Se há indícios, deve ser investigado. Se for confirmado, cadeia. Simples assim para quem não tem bandido de estimação, mas o país sangra!

Só sei que a tão esperada retomada econômica tem tudo para esfriar, para dizer o mínimo.

Muitos dizem que o país passa por um processo de depuração de sua política, ética & moral coletiva. Talvez o brasileiro tenha que encarar de vez e de frente que tipo de país ele quer para o futuro.

Com certeza haverá depuração à frente, mas meu receio é o derretimento econômico que se segue. 

Como falar para os 14 milhões de desempregados e desesperados, que até ontem começavam a ver uma luz no fim do túnel, que terão que esperar mais um pouco. Que não vai ser desta vez?

Como falar para um pai que não consegue alimentar seus filhos que deverá esperar mais alguns meses, talvez anos?!