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Wednesday, November 18, 2015

Diretamente do túnel do tempo...


Map of seul

Quando morei na Ásia escrevia diariamente alguns emails para os mais íntimos sobre as minhas aventuras... foi o embrião de um livro até hoje não acabado, mas cheio de passagens hilárias...

7 anos depois, uma amiga da Alemanha recuperou um destes emails e me enviou... Compartilho o mesmo abaixo:



Estava na duvida se entitulava este e-mail de: "O gamba indiano", "Deu tudo errado" ou "Choque térmico no Rabo".

Estou em Seoul, na Korea. Esta -15C la fora e estava ate alguns minutos atras literalmente com o rabo congelado.
Bom, vou comecar a historia do comeco.

Geralmente arrumo minhas malas na noite anterior ao dia da viagem, mas desta vez quando cheguei em casa comecei a tomar umas "brejas", liguei para minha mae e irmas no Brasil e quando vi era quase meia noite. 
Resultado: teria que acordar por volta das 5 da manha para ter tempo de arrumar as malas e pegar o aviao. 
Logicamente, meio sonolento acabei fazendo as malas de qualquer jeito e no minimo devo ter esquecido alguma coisa, isto sem falar no humor.

Peguei o voo normalmente e ai a maionese desandou. 
O aviao tinha vindo da India para Singapura, onde embarquei, e depois de parar na Korea seguiria para San Francisco, nos "esteites". Digamos que a cada 3 poltronas tinha um indiano com um gamba embaixo do braco e muitos turbantes a bordo! Em cada direcao que olhava parecia haver um Bin Laden carregando algum explosivo. 
Para resumir a historia: parecia uma carga de gambas terroristas. A catinga estava no ar misturado ao cheio de comida vegetariana. 
Ao meu lado havia um casal indiano e seus dois gambas. Jesus, cada vez que o maldito levantava o braco eu torcia para que a bomba explodisse de uma vez! Foram 6 horas sem conseguir dormir. O negocio foi encher o rabo de vinho branco.

Finalmente o aviao aterrizou e consegui deixar a "nhaca" para tras, mas ainda era cedo demais para comemorar. Com o humor ainda abalado, notei que quem deveria estar me aguardando, nao estava. OK, peguei o telefone e liguei para a pessoa que estava perdida em algum outro portao de desembarque. Alguns minutos depois o dito apareceu e nos dirigimos para o estacionamento.
O sujeito nao conseguia encontrar o carro. Pediu para espera-lo e foi procura-lo. Meia hora depois voltou com aquela cara de "tonho", ainda sem o carro. Me disse que ainda nao tinha encontrado e pediu para que eu aguardasse um pouco mais... outra meia hora se passou e com -15C la fora, eu ja estava comecando a bater os dentes. Logicamente  nao estava ao relento, mas nao estava mais na parte interior do aeroporto com calefacao e tudo. 
Mais um tempo se passou e ele voltou... a pe'. Nao sabia o que tinha acontecido e ia procurar a seguranca. Perguntei a ele se tinha certeza que o estacionamento era aquele... me disse que sim, era o estacionamento D. 
_ OK, my friend, disse eu, mas estamos no estacionamento A.

Depois que "eu" achei o estacionamento e o carro ainda pegamos um congestionamento que nos custou uma hora e meia para percorrer os 70 km do aeroporto ate o hotel. 
Alguns minutos depois de entrar no carro, senti que a coisa comecou a esquentar... me deu um calor insuportavel, estava literalmente com o rabo em chamas. Demorou um tempo para me tocar que o carro do sujeito alem do aquecedor normal, tambem tinha aquecedor nos bancos... Com o fiosque grelhando depois de ter estado pelo menos uma hora no frio ja estava comecando a ficar preocupado com as consequencias das mudancas bruscas de temperatura. Talvez pudesse pegar um resfriado nos meus "paises baixos".

A sorte do sujeito e' que ele e' um cara muito bacana e gosto dele, mas e' daquele tipo que para morrer de repente leva uns 15 anos.
Me levou diretamente para a maior livraria de Ansan, pois, eu queria comprar um guia de viagem uma vez que estava pensando em alugar um carro e viajar sozinho no domingo. Para finalizar, a tal "maior" livraria so tinha guias de viagem sobre a Korea em Koreano. Da para acreditar? Como e' que o turista vai achar alguma coisa num guia escrito em koreano?

Chegando ao hotel, fiz o check in e saimos para jantar. Fomos a pe, pois a regiao e' cheia de restaurantes. 
Puta de um frio... Em menos de 5 minutos caminhando ja estava  congelado e a ideia do cu "custipado" nao me saia da cabeca... e o sujeito ainda queria me arrastar para um KTV, karaoke, que na Asia e' sinonimo de "puteiro".

Agradeci, mas disse que nao. Afinal ainda sou o ultimo bastiao da moral e dos bons costumes!

Tudo isso aconteceu no primeiro dia em Seoul e ainda tenho mais 7 dias pela frente. Jesus me proteja!


Thursday, April 28, 2011

Uma estória sobre arrogância e ignorância... na Tailandia



Ao entrar no restaurante certa noite, a primeira coisa que notei foi um indiano sentado à mesa ao meu lado.

Deixem-me explicar melhor a situação: era começo de setembro e eu tinha acabado de chegar da Alemanha, depois de algumas semanas fora de Singapura e, estando de volta a Bangkok, decidi "provar" uma churrascaria brasileira na Tailândia. Fogo Vivo era o nome da Churrascaria.

Como dizia, ao entrar me deparei com o indiano e automaticamente me perguntei o que aquele sujeito estaria fazendo ali. Ok, podem haver excessões, mas no geral, indianos são vegetarianos e o último lugar no planeta onde esperava encontrar um indiano era numa churrascaria. Olhando mais atentamente verifiquei que o indiano estava acompanhando um americano... well, parecia ser um americano, falava com um sotaque que nao deixava dúvida...

Como nao tinha mais nada a fazer, a não ser comer e olhar  algumas "mulatas" que faziam um show (muito "mixo" diga-se de passagem), concentrei-me ao que acontecia na mesa ao lado. Percebi que toda vez que o garçom chegava com um suculento espeto de picanha, maminha, linguiça, etc o indiano recusava e comia mais salada. Logicamente havia alguma coisa errada. Depois de certo tempo ouvi o americano perguntar porque ele não estava comendo. A resposta foi: "...questões religiosas..."
"...Ah, então pelo menos você pode tomar o vinho..." Quer dizer, foda-se! 

Ganhei a fita na hora: o idiota do americano estava viajando a negócios e convidou o indiano para jantar e sem se tocar ou no mínimo prestar atenção às diferenças culturais havia cometido a gafe de levar um vegetariano a uma churrascaria. Pior ainda, ao notar o erro, fez outro comentário idiota a respeito do vinho e continuou como se nada tivesse acontecido. Santa arrogância!

Caro leitor: no geral, se um indiano é quase sempre um vegetariano e também não consome álcool. Até então o idiota americano havia cometido duas gafes e o indiano continuava lá com cara de idiota e comendo alface. Depois dos dois incidentes citados veio a pérola: Nao entendi muito bem qual era o assunto, mas no final das contas o americano quis "grifar" que determinada pessoa era um idiota e saiu com essa: "... ele trata todo mundo como se fosse uma vaca!..."

Nesta altura do campeonato o indiano engasgou com a alface e foi obrigado a tomar um gole de vinho. Hare Krishna!
Acho que qualquer anta no mundo sabe que a vaca é um animal sagrado na Índia. É um deus, ninguém toca, andam soltas pelas ruas.

Mas a estória continua! Eu já estava me regozijando com o fato de poder narrar em meu livro o quanto um americano pode ser arrogante e ignorante quando o indiano foi ao banheiro. Quando se viu sozinho, o suposto americano me perguntou em alto e bom Português/carioquês: ".... voce é Brasileiro?...".  Respondi: "...yes!?...". Ainda teve a petulância de me dizer que havia percebido pela maneira tão natural como eu encarava um churrasco e samba.
Acabou me explicando que morava nos Estados Unidos há mais de 20 anos, mas que era para meu pesar... Carioca.

Finalmente meu mundo caiu... o imbecil era carioca, ou seja, devido a uma desgraça da Geografia, Brasileiro!

Agora a pergunta que não quer calar é: quem é mais arrogante e ignorante? O carioca ou o Americano?
Neste caso a resposta é: "...o idiota do Brasileiro se passando por Americano!..." mas, deixo a todos a possibilidade de fazer seus comentários.

Depois dessa, voltei para o Hotel e dormi...