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Sunday, October 10, 2010

Meu livro: Ásia / Introdução / Capitulo I-Singapura


Algumas vezes a vida nos leva mais longe, mas nunca é demais. Desde criança sempre tive “asas”. Mesmo sendo oriundo de uma família sem muitos recursos, embora capaz de suprir as necessidades básicas: comida, roupa, educação e moral, sempre voei alto.
Nasci para ser um cidadão do mundo e meu sonho de criança sempre foi ser “muchileiro” na Europa. Infelizmente, nunca tive condições para isto na idade em que se pode fazê-lo, que é por volta dos seus 18-20 anos. Tive que trabalhar duro e minha primeira oportunidade de sair do Brasil e conhecer o mundo veio aos 26 anos quando durante as férias do trabalho, apenas em um mês, fui estudar Inglês na Inglaterra e passei as outras duas semanas rodando a Itália... bom, essa é outra história, talvez para o próximo livro... Na verdade a idéia do livro veio desta viagem uma vez que os acontecimentos por lá (fui preso na Suiça, entre outras coisas) fizeram com que meus amigos me perguntassem: por que não um livro?

Sempre tive verdadeira fascinação por Europa, Egito e Rússia. Coisa que não tenho a menor idéia de onde veio, talvez de alguma outra vida passada... de repente fui algum nobre em alguma corte européia, Faraó do Egito ou um Czar da Rússia... saberás!
De qualquer forma esta fascinação por novas culturas e povos me levou longe... mas nunca imaginei acabar aqui, na Ásia...

Visitando lares chineses

Leve um presente. Em se tratando de alguma comemoração você pode levar: comida, fruta, dinheiro ou itens do dia-a-dia. Não é necessário ser nada  muito elaborado e, dar pares de coisas simboliza boa sorte, exceto se a pessoa estiver doente, portando, descubra antes se o seu hospedeiro não está no mínimo gripado.
Outra coisa, embrulhar o presente é de bom tom, mas use papel vermelho e ninguém jamais irá abrir um presente em sua frente porque não seria considerado educado.
Quando lhe for oferecido um presente, sempre o aceite e nunca o abra em frente à pessoa que o está dando.
Se lhe for oferecido uma bebida, aceite-a. Recebe-a com as duas mãos e beba-a em pequenos goles.
Se for a uma festa de casamento, aniversário ou ano novo chinês é costume dar ao hospedeiro um “pacotinho vermelho”, pequeno, lindamente decorado e contendo um pouco de dinheiro. Aliás, se for o ano novo chinês, é costume presentear seu hospedeiro com um par de laranjas mandarins, que simboliza riqueza. Em retorno, muito provavelmente você também receberá outro par de laranjas. Faça um suco!
Se você for o hospedeiro, se despeça de seus convidados na porta de sua casa e veja-os irem embora até que desapareçam de sua vista. Voltar-lhes as costas depois de dizer adeus é considerado rude.

Estas são algumas dicas para quem está chegando à Singapura. É meu primeiro dia aqui e apesar de estar cansado da viagem procuro ao máximo descobrir uma maneira de evitar as famosas gafes “bolas fora”. Ainda é muito cedo, mas nunca é demais se precaver.



Capitulo I - Singapura

Primeira impressão

Singapura é incrivelmente limpa e organizada. Todas as indicações e instruções de trânsito são em Inglês e a primeira coisa que chama à atenção é o trânsito: tudo é feito pela mão esquerda, herança dos britânicos que estiveram por aqui. Ainda estou naquela fase de não saber para que lado da rua olhar antes de atravessar.
Singapura
A primeira coisa que descobri é que, embora tenha muitos carros pelas ruas, eles são caríssimos. Singapura não tem indústria automobilística e importa todos os seus carros e o governo mantém uma política de cobrar altíssimas taxas de importação para inibir a compra de veículos, evitando a poluição e forçando sua população a utilizar os meios de transportes públicos que são de excelente qualidade. (Conversa mole, o que querem é ganhar dinheiro)!
Com esta história, logo imaginei que os preços das corridas de táxi deveriam ser muito altos, mas não são e fui entender o porquê. Parece que, de tempos em tempos, o governo faz um tipo de liquidação nas taxas de importação de veículos e naturalmente as companhias de táxis ficam atentas e renovam toda a sua frota nestas épocas.
Mesmo na hora do rush, embora o trânsito tenda a ser pesado, não há muita confusão. Alguém me disse que há espalhado por toda a cidade sensores que cobram pedágio a partir de equipamentos instalados em todos os veículos e os preços são variáveis em função do horário e do tráfego. Desta forma, pode-se cobrar mais nas vias onde o trânsito de veículos é maior e forçar as pessoas a tomarem caminhos alternativos. É o nosso conhecido “Sem parar”, porém, feito de maneira mais racional.

 Singapura, a cidade do Leao
 
Merlion, na Marina Bay – simbolo da cidade

Situada ao sul da Thailandia e Malasia, Singapura e uma pequena ilha no sudeste asiático a 137km ao norte da linha do Equador e tem apenas cerca 640 km2 de área incluindo-se 58 pequenas ilhas ao redor e continua crescendo. Calcula-se que ate 2010 cerca de 7 novas ilhas emergirão, pois, continuamos avançando sobre o mar.
Umas das primeiras referências a Singapura na história vem dos Javaneses, onde o Nagarakretagama se refere a um pequeno povoado chamado Temasek (Cidade do Mar) na ilha. Geralmente embarcações comerciais chinesas viajando entre o mar do sul da China e o estreito de Malacca na Malásia costumavam descansar de suas jornadas neste conveniente local e alguns viajantes mais antigos descreveram o local como: “...selvagem e onde a pirataria era um meio de vida...”.

No século XIII, Temasek tinha um novo nome: Singapura. De acordo com a tradição, um rei indiano, Raja Chulan, casou-se e teve três filhos que mais tarde tornaram-se dirigentes de reinos em Sumatra. O mais jovem deles, Sang Nila Utama, procurando possíveis locais para uma nova cidade nas ilhas mais próximas  sentiu-se particularmente atraído por uma delas: Temasek.
Quando Sang Nila Utama e seus homens estavam navegando em direção à ilha, sua embarcação foi atingida por uma forte tempestade e começou a naufragar. Para aliviar a carga, Sang Utama atirou sua coroa ao mar e de repente o mar ficou calmo e a embarcação pode chegar a Temasek em segurança.
Enquanto exploravam a ilha, Sang Utama viu um estranho animal e lhe foi informado que era um leão e por isso decidiu chamar a cidade de Singapura, que em sânscrito significa “Cidade do Leão”.
Curiosidade: provavelmente o animal visto por Sang Utama era um tigre, uma vez que não existem leões no sudeste asiático e portanto, tudo começou com o nome errado... C’e la vie! No Brasil há um ditado que diz que “... pau que nasce torto, morre torto...”.
Para encurtar a história; num período de cerca de 500 anos, Singapura teve seus altos e baixos, hora sendo proeminente, hora estando em guerra com seus vizinhos pelo controle da Peninsula Malaia, hora sendo capturada pelos Portugueses que aqui chegaram no seculo XVI.

Em 2 de janeiro de 1819, uma fragata comandada por Sir Thomas Stamford Raffles chegou à ilha com o intuito de criar um entreposto comercial para a Companhia das Índias Orientais Britânicas e este acontecimento  marca a fundação da Moderna Singapura.
Depois que os britânicos fundaram um posto de comércio em Singapura, houve um grando afluxo de pessoas vindas de toda a região à procura de trabalho e comércio ou fugindo de guerras em suas pátrias. Com isto a população cresceu rapidamente e também seus problemas com superpopulação, sugeira e desorganização. Raffles então desenvolveu um plano que dividia a cidade em uma série de distritos: área para o governo no sul, área para o comércio no norte e mais importante para entender a Singapura de hoje: ele dividiu e reassentou os principais grupos étnicos em distintas áreas residenciais ao longo da costa e com isto surgiram regiões como: Chinatown, Bugis (Little India), etc onde claramente se nota a influência chinesa, indiana e malaia na arquitetura e na vida dos habitantes.

Durante a segunda guerra mundial os japoneses queriam total controle sobre as reservas de óleo, borracha e outros suprimentos do sudeste asiático. Em fevereiro de 1942, invadiram e capturam rapidamente Singapura, ocupação brutal que durou 3,5 anos. Neste período o comércio decaiu, o desemprego aumentou e houve falta de comida e remédios. Foi um período muito difícil e resultou  num enorme anseio de libertação de qualquer jugo estrangeiro, culminando mais tarde, em 1965 na independência do país, um país que se autodenomina “Democrático”, mas esta é  outra história...
Em meio a tragédias, há acontecimentos que hoje nos soam engracçados. Ouvi, por exemplo, uma história com relação a ocupação japonesa: desde que cheguei, notei que em Singapura há vários fortes e bankers encrustados nas montanhas (pequenos morros), sempre com canhões apontados para o mar e imaginei ser esta a estratégia de defesa do país, principalmente por “sermos” uma ilha. Enquanto todos os olhos e atenção estavam voltados para o mar, os japoneses invadiram a ilha através da Malásia... de bicicletas...


População

Em 1819 quando Raffles chegou, Singapura era um pequeno povoado com cerca de 150 pessoas. Em 1824, os malaios representavam ¾ da populacao, entretando, em 1867 os chineses ja haviam firmemente se estabelecido como maioria por aqui.

No seculo XIX, praticamente não havia mulheres na ilha, mas hoje existe uma divisão mais equânime entre os sexos. Em 2000 foi estimada uma população de cerca de 3,26 milhoes de pessoas e sua distribuicao por etnias era:
·         77% de chineses
·         14% de malaios
·         8% de indianos
·         1% pequeno grupo de etnias variadas

Considerando-se o grande número de estrangeiros, serventes domésticos e outros trabalhadores a população da ilha é estimada em mais de 4 milhoes.






Alimentação

Este é um capítulo à parte e como todo bom ocidental, para não correr riscos, decidi fazer meu primeiro jantar no Mc’Donalds. Não fui muito criativo, é verdade e ainda assim consegui me ferrar.
Solicitei um sanduíche muito bonito chamado Fantastic Rice Made (lanche fantástico feito de arroz). Obviamente, se houvesse prestado atenção ao nome teria escolhido outra coisa, pois jamais imaginei que havia pão feito de arroz! Imaginem um arroz papa, todo grudado, no formato de um pão com muito, mas muito mesmo: alho... Joguei o dito sanduíche no lixo. Depois disto, resolvi pedir um chessburger e tudo ficou bem.

Particularmente não gosto de comidas apimentadas e na Ásia o Chili (pimenta vermelha) é muito utilizado. Há também os temperos fortes e exóticos da cozinha indiana (especialmente o curry). Diariamente, no almoço, eu pedia qualquer coisa que não tivesse Chili ou Curry. No geral comi muita carne de porco e outros animais que não ousei perguntar.

Minha primeira experiência com a gastronômia chinesa em Singapore foi Prawn Pork Noodle (alguma coisa entre macarrão com camarão e porco). Era a opção mais ocidental e sem chili que achei num restaurante chinês...
Tinha umas coisinhas boiando que pareciam dedinhos de crianca... depois de experimentar, perguntei o que era e me disseram:
Pork... pork intestine! Merda! Intestino de porco?!

Me converti ao islamismo depois de encontrar no prédio do escritório um fast food de comida muçulmana onde servem um peixe frito com arroz delicioso. Lógicamente, toda vez tenho que pedir sal à parte, pois não colocam sal em quase nada e, ainda por cima ficam me olhando como se eu fosse um ET.
Numa noite destas fui numa bibóca perto do hotel onde experimentei o tal pato assado. É impressionante, mas em todo lugar onde se vende comida há os benditos patos pendurados... Não acho muito higiênico, mas se 1,3 bilhão de chineses comem, acho que não vou morrer por causa disto. “...a febre aviária que não me ouça!...”.
É engraçado, mas é utilizado o machado em tudo: no pato, no frango, no porco, etc sem dó e seu prato vem com ossos moídos e cortados... Embora os orientais sejam muito pacientes, nao vejo ninguém cortando frango, pato etc nas juntas... metem o machado mesmo e seja o que Deus quiser...

Depois do intestino de porco, resolvi ir com mais calma com relação à culinária oriental... cozinhando mais em casa e voltando muito timidamente aos restaurantes, pois as opções são muito variadas embora todas tenham muita pimenta e muitas especiarías às quais não estou acostumado... há muito tempo deixei de perguntar que animal estou comendo... para evitar surpresas!

Dia desses, comi uma carne muito macia e gostosa. Chama-se “deer” em Inglês, “cerdo” em italiano e “veado” em Português, mas com “e” o que faz uma graaande diferença!


Banheiros

Fazia muito tempo que não via uma fossa. Não sei ainda se existe alguma questão cultural com relação a isto, mas em todos os banheiros que vi há fossas, ou seja, apenas um buraco no chão onde você supostamente deve fazer “as coisas” de croque. Há também vasos, mas até agora não entendi direito o assunto.
O escritório da minha empresa está situado em um Trade Center. É um prédio comercial muito bonito e bem localizado, nos moldes de qualquer centro empresarial mundo afora. Não há banheiros na área do escritório e é sempre necessário pegar uma chave e se dirigir ao banheiro comum no edifício. Há várias fossas.
Curiosidade: há uma senhora indiana responsável pela limpeza dos banheiros que faz seu trabalho normalmente enquanto os homens usam o mictório. Só fiz minhas necessidades ali porque havia alguém fazendo quando entrei, caso contrário, não me sentiria à vontade em frente à dita senhora.


Chinelos e meias

Ao chegar ao escritório encontrei um rapaz (de Taiwan) que havia conhecido na Alemanha alguns anos atrás. Me causou estranheza por duas razões: primeiro porque sabia que ele era da Ásia, porém, não esperava encontrá-lo em Singapura, segundo porque nosso amigo estava usando chinelos (tipo havaianas) e meias pretas. Trabalhou assim o dia todo, sem maiores constrangimentos.


Água Quente

Estou habituado a diariamente tomar bastante água. Nos primeiros 10 minutos no escritório saí à caça de um bebedouro e quando o encontrei notei que o galão estava vazio. Solicitei ajuda.
Uma chinesa resolveu meu problema com a velocidade e a paciência do próprio Buda: pegou uma caneca e a encheu com a água quente utilizada para o chá e me disse para levar a caneca para a mesa e esperar que esfriasse antes de beber! Também me informou que devido ao ar condicionado este processo não levaria muito tempo.
Logicamente, minha têmpera não dá para tanto e tomei outras providências, mas por curiosidade deixei a tal caneca sobre minha mesa e por volta do meio dia a água ainda estava morna. Que porra!


Copa do Mundo

A copa do mundo de 2006 foi bem chata para mim, primeiro obviamente porque o Brasil não foi campeão, segundo porque devido ao fuso horário na Ásia todos os jogos foram por volta das 3:00hs da manhã e como não sou nenhum apaixonado por futebol acabei não vendo muita coisa.
Por outro lado, meus vizinhos de condomínio, são apaixonados por futebol e assistiam a todos os jogos no Club House, uma espécie de clube social com uma TV de plasma enorme, sofás confortáveis e muitas cadeiras. Assisti aos jogos do Brasil com eles e devo confessar que para eles era o máximo ter um brasileiro assistindo aos jogos.
Quanto a seus times de preferência, devo dizer que os singalêses tem um carinho especial pelo time da Inglaterra, devido a toda a história em comum dos dois países. Gostam muito do Brasil, mas no fundo eles gostam é do espetáculo e torcem o tempo todo em todas as jogadas independentemente de quem esteja jogando com direito a aplausos para as melhores jogadas.
Assistem a um jogo inteiro sem tomar um gole de nada...
Ah! Havia acabado de chegar a Singapura no segundo jogo do Brasil na copa (contra a Australia) e ainda estava hospedado no hotel, portanto, assistimos o jogo em 30 pessoas (29 australianos +1 brasileiro "eu")... é mole? Digamos que quase causei um "incidente internacional para o Lula".


Tecnologia Oriental

Todo mundo aqui é aficcionado no assunto e quer sempre ter o mais avançado celular, computador, laptop, celular, Tv, MP3, etc. Usam SMS (torpedinho) por celular para tudo. Ex.: o corretor me ligou e pediu para enviar o nr do passaporte pelo SMS...
Estou babando para comprar um aparelho de TV com tela plana, de plasma, trocentas polegadas etc... Comparativamente, o preco não é um absurdo como no Brasil e todo mundo tem... isto sem falar que é outra coisa... sou capaz de ficar o dia todo assistindo numa destas tvs...
Internet: a mais fraquinha aqui é 512kb.
Esta na moda a vídeo conferência por celular... tem um aparelho que eles chamam de 3G que é capaz de fazer vídeo conferência mundialmente... imaginem: se vc esta no aeroporto esperando seu vôo vc pode, através do celular, participar de uma reunião em vídeo conferência que esteja ocorrendo do outro lado do mundo...


Educação e Bons Modos

Assisti na TV uma reportagem sobre uma pesquisa mundial feita para medir o nível de educação, gentileza, boas maneiras etc e lógicalmente deu "nois" asiáticos na cabeça.  Coisas como: o que acontece quando damos um encontrão com alguém, quando abre a porta do elevador quem entra primeiro, preferência de lugares em transportes públicos para idosos e crianças, reações perante pequenos incidentes etc.
Resumindo: somos os mais pacientes, no trânsito dirigimos calmamente, sempre dizemos obrigado, sempre somos gentis, sempre pedimos licença, somos gentlemen, etc. Eu sabia que tinha muito em comum com este lugar...
(Depois de alguns anos aqui, não acredito mais em nada disto)! Bando de Cavalos!


Dia-a-dia

Depois de duas semanas em Singapura as coisas comecaram a entrar nos eixos. Me mudei para minha nova casa (apartamento), e estou me adaptando a tudo. Moro num lugar legal, num condominio bacana com todas as facilidades de consumo e transporte muito proximos. Apesar de ter um carro da empresa a disposicao, ainda nao me atrevi a tanto, pois, como mencionado anteriormente, Singapura tem o transito invertido: pela mao esquerda, lado errado ou qualquer outro nome que queiram dar.
Em sendo assim, tenho tido minhas aventuras diarias em taxis, onibus e metros. Tudo e' novidade e me acostumar aos caminhos, costumes e habitos orientais vai levar um pouco de tempo.

Apos dar entrada na solicitacao de visto de trabalho, aguardei a resposta por 15 dias. Por incrivel que pareca, uma vez que nao ha no Brasil Embaixada ou Representacao Diplomatica de Singapura tive que me mudar de mala e cuia para somente depois dar entrada no visto... e ver se estes malucos me deixariam ficar por aqui.

Viver na Asia e'  realmente uma experiencia fascinante e diferente. Ao mesmo tempo que tem um componente oriental/chines muito forte em termos de culinaria e costumes, Singapura e' a mais ocidentalizada das cidades asiaticas e por uma questao de logistica ha muito tempo foi escolhida por muitas multinacionais para ser a matriz de suas filiais na regiao da Asia e Pacifico, que engloba tambem a Australia e Nova Zelandia. Com isto, muitos estrangeiros vieram para ca e comecou uma mistura em todos os sentidos: culturais, casamentos, habitos, comidas, roupas, etc... Ao mesmo tempo que temos jovens de calcas jeans e bones damos de cara com pessoas principalmente oriundas da Indonesia e India com seus trages habituais, com direito a turbante e tudo.
Ha alguns dias, estava tomando cafe da manha no hotel quando vi seis mulheres (provavelmente do Afeganistao) de burca preta. Ficavam somente os olhos de fora e fiquei observando como as "ditas" iriam se virar para comer... Nao pensem que tiraram o veu, levantavam uma "beiradinha" da burca e derrubavam a comida goela adentro... alias, comeram para cacete! Fico curioso para saber que tipo de lingerie elas usam!!! Se e' que usam alguma...

Ate pela dinamica da vida em Singapura, sempre ha alguem chegando ou indo embora e sempre e um acontecimento. No geral, todos se empenham ao maximo em lhe ajudar e dar todas as informacoes necessarias principalmente nos primeiros dias e tambem se mobilizam no momento da partida para organizar uma despedida.
Ha um tcheco que ficou aqui por dois anos e estava voltando para a tcheca dele, por isso: festa! La fui eu para um restaurante delicioso chamado Mel’s Place onde comi um “beef” australiano maravilhoso.


Incense Paper Burner

Vejam o que e' viver na Asia. Recebemos um comunicado da administracao do predio onde trabalho em Singapura solicitando que queimemos nossos incensos e deinheiro nos locais apropriados, no que eles chamam de “Incense Paper Burner”, queimador de papeis e incenso. Calma que eu explico:
Hungry Ghost Month e' o mes onde todos por aqui acreditam que os espiritos estao soltos e aprontando... e’ agosto, provavelmente o mes de cachorros loucos deles. Na mesma epoca no ano passado fui para Malasia de carro e nao havia ninguem na estrada. Eles tem medo dos fantasmas e queimam muito incenso e dinheiro (de papel, e' claro) para aplacar a furia dos espiritos... Logicamente, o numero de incendios nesta epoca tende a aumentar...
Eita povinho!


Religiao


Aspecto muito interessante. Cerca de 75% da populacao e' chinesa e o Budismo e Confucionismo impera. Por outro lado tem uns 15% de Malaios (muculmanos), 8% de indianos (hindus) e muitas outras etnias e poucos cristaos catolicos. Mais uma heranca dos britanicos, a maioria dos cristaos por aqui nao sao catolicos romanos.
Tem tambem a  Indonesia que e' um pais formado por mais de 13.600 ilhas e esta esperramado pelo oceano indico desde a frente de Singapura ate a Australia e tem cerca de 250 milhoes de habitantes... todos muculmanos. A maioria da populacao esta concentrada nas ilhas de Java e de Sumatra (lembram da origem do Tsunani?). E' o maior pais muculmano do mundo... e a minha empresa pretende abrir uma subsidiaria no pais no proximo ano. Alias, somente para lembrar a Indonesia e' conhecida como o "circulo de fogo" devido a quantidade de vulcoes e houve um forte terremoto onde morreram mais de 5 mil pessoas neste mes. Ontem houve outro terremoto... e la vou eu visitar este pais para a abertura da nova empresa...
Voltando ao aspecto religioso, na semana passada estava num templo hindu quando comecou um cerimonial, missa, culto, macumba... sei la. Nao entendi nada e ainda nao compreendo por que tantas estatuas com tantos bracos e pernas, tanto animais, tanta vaca... e eu doido para comer uma vaca. So' sei que comecaram a tocar uma corneta de 2 metros e a tocar um sino e o povo comecou a andar, todo mundo junto, de um lado para o outro dentro do templo e eu no meio sem saber para onde correr... alias, todo mundo embrulhado nuns lencois horriveis, com cores fortissimas e com umas pinturas no meio da testa... acabou todo mundo em transe, suados e fedidos e eu parecia que tinha tido um orgasmo tantrico no meio daquela zona.
Brincadeiras a parte, a religiao hindu e' uma das maiores do mundo e deve ser respeitada. De minha parte, preciso estudar mais o assunto... mais que assusta... assusta!

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